Sunday, November 26, 2006

O casting ideal para X-Men

A polêmica Nicholson-como-Wolverine continua... Por isso, vamos lá: qual seria o elenco ideal para "X-Men"? Tá, eu começo:

1. Tempestade: Angela Basset. Ou Aisha Tyler. Ou Rosario Dawson. Até eu faria bem - Halle Berry é um insulto.
2. Xavier: Terry O'Quinn (mas eu gosto do Stewart).
3. Magneto: Essa é difícil. Adoro Sir Ian.
4. Vampira: Rachel Mc Adams. Ou Emily Blunt.
5: Wolverine: Daniel Craig. Mas Josh "Sawyer" Holloway seria óooooootimo. (Ele vai estar em todos os meus castings, acho que vou me candidatar pra ser empresária do cara).
6: Jean Grey: Carrie-Anne Moss.

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Almodóvar volta para a luz

Não estava disposta a ver 'Volver' - até o mesmo trocadilho me parecia banal. Mas fui e gostei. E não só gostei do filme, como gostei de Penélope Cruz. Não sei se é a maquiagem, o cabelo ou a bunda de isopor: bati os olhos nela e fiquei encantada. A primeira cena do filme já é belissíma (outro trocadilho involuntário: Almodóvar se inspirou em Anna Magnani em 'Bellissima' para compôr o personagem de Cruz) e o final é comovente. Resumindo: o melhor filme dele, desde "Tudo Sobre Minha Mãe".

Lógico que ele continua higiênico demais. Ainda tenho saudade do Almodóvar mais kitsch da primeira fase, o cara que fez "A Lei do Desejo", "De Salto Alto", "Ata-me!" e etc. Mas depois de "Carne Trêmula" ele quis ser mais sofisticado, mais Hitchcock e menos Buñuel. E desde então, tem apresentado uma filmografia irregular, que acerta em "TSMM", mas erra feio em "Fale com Ela". Aquele momento Caetano Veloso, cantando cucurucucupaloma ocupa o segundo lugar das cenas mais constrangedoras do cinema (pra quem ainda não sabe, a mais constrangedora de todos os tempos é Camila Morgado em "Olga" falando "EU ESTOU GRÁVIDA DE LUIS CARLOS PRESTES", com aquela voz de mulher séria, digna e chata que ela tem).

Mas 'Volver' é um filme mais modesto, menor, que se limita ao universo feminino (Bruno tem razão quando diz que Almodóvar tende a fazer filmes melhores quando transita nesse universo). E ver todas aquelas mulheres maravilhosas atuando amolece até um Pedro de Lara como eu. Confesso até que interceptei uma lágrima na cena em que Cruz dubla um tango de Gardel.

Enfim, é um filme bonito, que merece ser visto sem preconceitos - até mesmo para quem viu Penélope sentada no vaso no trailer (ouviu, Gustavo?) e pensou 'ninguém merece'. Agora é torcer para Almodóvar continuar na luz e não voltar para dentro da televisão hollywoodiana em que estava preso até agora. E de preferência, sem Caetano Veloso.

Thursday, November 16, 2006

Infiltrados em Stepford

Como todo mundo sabe, eu devo ser a única pessoa do mundo que não acha graça nos filmes do Scorsese. Sim, ele fez muitos, todos diferentes e é um bom diretor de atores. "Taxi Driver" certamente marcou toda uma geração, "Alice Não Mora Mais Aqui" é um clássico dos workshops para futuros roteiristas, "Cassino" nos deu possivelmente a melhor atuação de Sharon Stone e "A Época da Inocência" é um filme bonito (arruinado pelo penteado de Michelle Pffeifer, mas bonito). Em 2004 eu quase me rendi com "O Aviador", mas o filme é longo demais, Di Caprio é jovem demais e Kate Beckinsale como Ava Gardner... francamente.

Mas 2006 é o ano do cara, porque todo mundo está adorando "Os Infiltrados". Então, eu resolvi que ia adorar "Os Infiltrados" também. Comprei meu ingresso, me acomodei na poltrona do cinema, tive que aturar o trailer do filme do Kevin Costner pela milésima vez, tive que aturar o trailer de "Eragon"(dublado, ainda por cima), tive que limpar as lentes do meu óculos duas vezes - tudo isso porque eu queria muito adorar o novo-super-maravilhoso-revolucionário-arrebatador filme do Scorsese.

Enfim.

O filme é chato. O roteiro tenta ser confuso de propósito, para a trama parecer intrincada. Os personagens parecem programados para agir sempre da mesma maneira - não há nenhuma nuance. São robôs, como as mulheres em Stepford. Matt Damon está lá, com a velha cara de origami mal-feito, tentando ser frio e calculista, mas ele já fez isso antes - e melhor - na franquia do Bourne e no "Talentoso Ripley". O personagem de Matt Damon é um cara chato, que sequer parece inteligente e ambicioso como deveria ser. Leonardo di Caprio já foi um ótimo ator, mas agora que a sua testa está permanentemente franzida (podia rolar um Botox, não?) e ele cismou em ser James Dean, suas atuações são todas parecidas - como as músicas do Djavan. Ele também já fez isso antes - e melhor - em "The Basketball Diaries" e até mesmo no próprio "Aviador". E, para completar, meu querido Jack Nicholson também não contribui muito para o casting, porque (correndo o risco de soar repetitiva) tenho que confessar: ele já fez isso antes também. Aliás, ele vem fazendo isso a vida inteira.

Marky Mark (eu a-do-ro usar o velho nome de guerra dele) não está mal, mas a coisa é toda tão equivocada que, no final das contas, who cares? Alec Baldwin e Martin Sheen podiam estar em um episódio qualquer desses 'Law and Order' da vida, que não faria a menor diferença. E ainda enfiaram uma psicóloga que passa duas horas sem dizer a que veio. Podia pelo menos ser uma psicóloga gostosinha, mas nem isso.

As grandes reviravoltas, o grande plot point... bom, eu devo ter perdido essa parte. O filme é medíocre (sem ofensas), medíocre no sentido etimológico de 'na média'. Não é um grande roteiro, não é uma direção inovadora, não tem uma edição eletrizante, nem atuações inesquecíveis. Ou seja, saí do cinema sem conseguir jogar a minha moedinha no chapéu do Sr. Scorsese. Ele fica lá, esticando a mão, mendigando um posto entre os meus diretores favoritos, mas eu simplesmente não consigo gostar do cara.

Será que são as sobrancelhas?